O Pix e a rentabilidade: Como bancos e fintechs estão enfrentando o desafio

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central e lançado em 2020, trouxe resultados surpreendentes para a economia brasileira. Ele incluiu milhares de pessoas no sistema financeiro, reduziu custos operacionais de pagamentos, aumentou a segurança e possibilitou diversas integrações que tornaram o ecossistema de pagamentos muito mais eficiente.

No início, as instituições começaram a enfrentar os primeiros desafios, e a equação da oferta gratuita do Pix, ou mesmo paga, virou um quebra-cabeças complicado de ser resolvido. Bancos e fintechs enfrentaram a mesma situação: como cobrir os custos do Pix? Como ganhar dinheiro com o Pix?

Para quem não conhece a infraestrutura do Pix, é importante explicar que ela não se resume ao Banco Central, que tem o papel de regulador, definindo as regras de funcionamento do Pix, e de gestor das plataformas operacionais, provendo as infraestruturas tecnológicas necessárias. 

Nesta estrutura, o funcionamento é composto por participantes autorizados, como o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos), Iniciador de Transação de Pagamento, Secretaria do Tesouro Nacional, Liquidante Especial e o Provedor de Conta Transacional. Para cada modalidade de participação, as entidades precisam seguir o regulamento e investir muito em tecnologia, segurança (isso mesmo, está repetido para reforçar), compliance e experiência do usuário. Se para a pessoa física o Pix chega gratuito, para essas empresas o custo não é baixo. O valor cobrado das instituições pelo Banco Central é de R$ 0,01 a cada 10 Pix liquidados, e este é o menor dos custos.

De acordo com o relatório do Banco Central de 28 de junho deste ano, a estrutura é formada por 890 instituições participantes, sendo 38 obrigatórias e 852 facultativas. São 790 instituições em operação plena; as demais estão em fase de homologação. Destas, 701 instituições são participantes indiretos, que dependem dos 168 participantes diretos (bancos, cooperativas e fintechs). As cooperativas são a grande maioria. Temos a maior estrutura de pagamentos instantâneos do mundo.

 

No Pix, várias modalidades de serviços foram lançadas, como o Pix Cobrança, Pix Garantido, Pix Parcelado, Pix Copia e Cola, Pix Saque e Troco, e teremos em breve o Pix Automático. Não podemos esquecer do Pix no Open Finance, na plataforma de ITP (Iniciação de Transação de Pagamentos).

Estima-se que o modelo de pagamentos instantâneos esteja presente em 70 países, cada um com suas particularidades, mas bem inferiores ao nosso Pix, e uma boa quantidade não está implantada para uso em smartphones. O mais próximo ao nosso Pix foi lançado em 2008 no Reino Unido, conhecido como Faster Payment Service. Depois, em 2016, a Índia lançou o Unified Payment Interface (UPI).

Mas e aí? Se prover o serviço é caro, como as instituições ganham dinheiro com o Pix?

Essa discussão ganhou calor no lançamento do FedNow, os pagamentos instantâneos nos Estados Unidos. A pergunta foi exatamente esta: “Como rentabilizar os pagamentos instantâneos?”. Imaginem aqui no Brasil, onde os bancos cobravam até 40 reais por uma TED e o valor médio era de 9 reais, passarem a não cobrar pelas transferências pelo Pix.

Demorou bastante para as instituições entenderem que não se consegue uma receita direta com o Pix, mas sim pelos serviços em que o Pix é utilizado. Esta foi a resposta também encontrada pelos especialistas do FedNow. Com o Pix, as vendas aumentaram no comércio eletrônico, por exemplo, então o custo do Pix virou um fator primordial para alavancar as vendas com menos custo. Este é um exemplo. A melhoria da performance de recebimento das cobranças reduziu o custo das empresas e melhorou a qualidade do fluxo de caixa. Com isso, os bancos e outras instituições passaram a ofertar crédito com melhor qualidade. Quanto mais o dinheiro gira na economia, melhor, e isto o Pix cumpre muito bem o seu papel.

Então, a oferta do Pix pelos bancos e fintechs passou a ser uma “moeda de troca”. Elas cobrem os custos do Pix, mas aumentam a receita na venda de produtos e serviços financeiros, ou seja, ganham de outros modos. Empresas que oferecem serviços de “cross-border”, onde os clientes e vendedores estão em diferentes países, também otimizam os pagamentos internos com o Pix, mas cobram um percentual do volume financeiro operado.

Se repararem, grande parte das empresas com tecnologia financeira embarcada estão operando o Pix como uma excelente ferramenta para receberem os pagamentos de forma rápida, segura e otimizada. Podem até não cobrar pelo Pix, mas a receita está na geração rápida das vendas.

A grande questão é que a maioria das participantes do Pix ainda não encontrou essa equalização, pois foram estruturadas somente para ofertarem o Pix. Elas até geram receitas, mas pelo tamanho do investimento e responsabilidade, somente a oferta do Pix não faz muito sentido. Elas precisam criar produtos que atraiam outras receitas, com o Pix envolvido na operação. Um exemplo é a oferta de aplicativos de agendamentos, como os de uso em consultórios médicos, cabeleireiros e outros, assim como os ERPs que oferecem otimização das cobranças pelo Pix.

O Pix vai continuar a crescer e tem espaço para isso. Hoje são mais de 700 milhões de chaves cadastradas para um número superior a 164 milhões de usuários. O mês de maio fechou com mais de 5,2 bilhões de operações, movimentando mais de 2,1 trilhões de reais. O Pix Automático e as transferências inteligentes serão os grandes propulsores do crescimento ainda maior do Pix, e neste campo há bastante espaço para as empresas participantes criarem produtos e terem rentabilidade real, usando o Pix como impulsionador. Vale lembrar que no meio desta jornada teremos o Drex, que não compete com o Pix, e trará também outras boas possibilidades de receita para as empresas que estão realmente engajadas em usufruir das possibilidades do campo de pagamentos.

Quer saber qual ação comprar agora?

Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.

Em 2024, a IA do ProPicks identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.

Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.

Post Tags :

Share :

Posts Recentes

Comece a revolução bancária da sua empresa

Envie uma mensagem para a u4crypto.